Sob o sereno

Ao desviar o olhar do caminho em que vinhamos, tua chegada foi como ventilação cruzada em sala vazia: alvoroçam-se cortinas, debatem-se janelas, vento rodopia, queima, gela. Em pouco tempo todo vago preenchia.

Que teu sagrado anuncie mais e mais a espiritualidade das cores cambaleantes e reluzentes que você tem na ciranda dos meus pensamentos. Sua voz é um floral sonoro, meu amor. Seu rabisco esquenta minha orelha e liquefeita te entorno enquanto minas e aguardo na fundura do meu eu. Sou seu ser, esculpida para te abrigar.

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